
O Por do Sol mais Lindo, na Cidade mais Linda
Ela olhava para eles apenas com o interesse pelo amor que eles poderiam proporcionar a ela, aquele sentimento exagerado, o frio na barriga e a dor na espinha a cada decepção, infelizmente a decepção está diretamente ligada a se apaixonar, a amar e entregar-se de corpo e alma ao desconhecido.
Mas é certo que cada um deles era a possibilidade de felicidade quando não se via a felicidade em si mesma, eis o erro... mas assim seguia, certo ou errado, feio ou bonito, mais novo ou mais velho, do solteiro ao divorciado com filhos, era só mais um detalhe, não importa a vida emocional pregressa e sim o novo, o que é vivenciado com cada momento juntos, o jogo de palavras, a intenção de futuro, o jeito doce e simples de resolver tudo, a maneira maravilhosa de ignorar os defeitos e os mais simples detalhes que os afastava durante o dia, é certo que nem tudo que se faz é suficiente, mas na vida não se escolhe por quem se apaixona e na maior parte das vezes conseguia ver o quanto perdia tempo em relacionamento infrutíferos e ridículos, que beiravam à loucura e à incompreensão, mais um motivo para fugir de novo e voltar às palavras, essas não traem, não são traiçoeiras e proporcionam a dor e sofrimento no limite necessário à evolução emocional que precisava!
O que vem de diferente agora? O que está incompleto? Ela observa que não precisa de nada pra ser feliz além dela mesma, mas será tarde demais pra virar as costas e buscar novos horizontes? O que são 24 anos perto de uma vida de lástimas e angústias quando já se imagina com 30 como se estivesse idosa? Uma coisa é certa, hoje se preocupa mais com futuro, já não toma sol como antes, já não come tanta besteira e a balança passou de inimiga número 1 para melhor amiga... bom e as amigas... já não tem amigas como antes, já reconsidera o novo e o velho, o inusitado incomoda e as novidades profissionais são meros detalhes de uma vida onde não se respira o novo, só sobrevive, passamos pelos dias como se fossem meros e simples, não vivemos, não respiramos, não suspiramos pelo por do sol e nem contemplamos a maravilha e perfeição que somos.
Ela nao pensava em mais nada, nao desejava mais nada, mas na grande cortina de fumaça o vento sempre vai pro lado que mais dói, que mais machuca, pro misterioso, pro incerto e indeterminado e nisso nos tornamos o que somos, bolas de brilhar esperando a próxima tacada e que talvez com a mais pura sorte consiga nao ser abatida logo, pra poder curtir um pouco mais o jogo da vida; talvez esteja na hora de mudar de lado, de passar de ouvinte e observadora à atriz, o complexo dessa escolha é arcar com todo o dramalhão e jogo emocional que se faz para conseguir passar por dias ruins.
Só vive quem se entregou e esqueceu o resto, o frio e o certo... por que as maravilhas não vêm acompanhadas de pelo menos uma dose de racionalidade? Assim não pareceríamos bonecos sarcásticos e secos em busca do tão esperado amor para a vida inteira. Não sei porque a vida funciona como uma lata de sardinhas às vezes, mas é certo que de tempos em tempos a sardinha torna-se um refeição preciosa quando na maior parte das vezes seu prato está vazio! É verdade grande leitor, seu prato na maior parte das vezes está vazio ou pelo menos esvaziando e vc nunca sabe como preenche-lo novamente! Ninguém sabe quantas vezes pode repetir o rodizio, mas todo mundo arrisca a dor do amor novamente, por mais que seja doentio saber que no final pode sobrar lágrimas, lástimas, mágoas e uma dor insuportável, no final dessa colocação concluo, somos todos loucos, insanos e masoquistas, sempre começamos o que pode nao acabar bem e se em algum ponto tudo der errado, tenha certeza, a culpa não foi sua, é sempre do outro ser humano que não soube compreender a essência do seu ser, de ser o que vc e que jogou tudo pro alto com palavras e ofensas indiretas, essas são as mais duras, literalmente!
Procure-me, busque-me, lembre de mim, estou aqui... te amo... te adoro... se sabemos que tudo no final pode ser extremamente doloroso, porque somos alguém ou nada, simples assim, o ser humano tem esse grave defeito... poucos se conhecem o suficiente, mas a entrega fica mais forte e profunda a cada nova decepção! Sou contra a corrente que diz que passamos a tomar mais cuidado depois das mágoas, ledo engano, apenas maquiamos a realidade e assumimos mais um risco, com pudor externamente, mas fazendo planos de casamento e filhos por dentro, imaginando o vestido de noiva e aceitando os defeitos mais nojentos e as manias mais abomináveis. Quando se ama, entrega-se e pronto... o resto torna-se bobo, complementos dispensaveis para a nova vida a dois, para o princípio de uma possível vida a dois onde se acredita no eterno...
* ...que nao seja imortal, posto que e chama, mas que seja eterno enquanto dure...*
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