sábado, 24 de janeiro de 2009

Nada como um banho de Cachoeira


Agora eu entendi... agora nenhuma lágrima desce com aquela dor de antes e nenhum arrependimento, nenhum mesmo. Mas é porque eu entendi... há alguns dias atras as lagrimas desciam colocando à prova tudo que eu já tinha sentido, me fazendo pensar que não seria capaz de superar e nem de compreender as escolhas que nós mesmos nos impomos, sim foi uma escolha premeditada, eu sabia exatamente o que falar e o que fazer para seguir de forma distante e fria com tudo isso. A culpa, se é que em algum momento ela existiu, foi minha e não sua.
A dor de tudo isso é aquela dor gostosa, de quem se deixa envolver, sinal de que tenho coração apesar dos trancos que a vida tem me dado. Mas é também um sinal de que tenho feito alguma coisa errada, algo que vai contra todo esse sentimento acima de mim, que permite que me una a alguem pela vida inteira e que essa loucura toda passe.
Esse é problema das paixões fulminantes, que passam para dar um tapa na cara da gente e abrir os olhos pro que está a sua volta e sabe o que eu tenho... um pouco de mim, perdido e partido pela distância... um pouco de mim partido pela clausura de sentimentos... mais um pouco... esse pouco se perde na vontade extrema de amar e o outro pouco sobrevive, porque isso aqui sim é o verdadeiro purgatório e passando dessa... não há coração que resista ao que vem depois disso... por isso a morte não assusta tanto quando chega a pessoas que passaram tanto tempo entre nós... é uma passagem, uma etapa a ser vencida.
A poesia de hoje é simplesmente linda e de certa forma, ler pela milésima vez e deixar mais lágrimas rolarem me fez perceber o quanto o que eu fiz foi certo e que essa escolha foi mais minha do que de qualquer outra pessoa.
As lágrimas de consequência e os gritos de consternação, são as etapas que preciso pra fazer algo muito maior, hoje eu sei o que eu vou enfrentar e pior, sei que minha única chance é fazer isso sozinha.


Como dizia o poeta 
Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu 
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não 
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão 
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir 
Eu francamente já não quero nem saber 
De quem não vai porque tem medo de sofrer 
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão 
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não
Vinícius de Moraes

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