sábado, 13 de outubro de 2007

Medo, de repente todo vazio me incomoda...

Sabe aquele dia que você acorda e não sabe para que lado olhar, que roupa vestir, o que comer, o que pensar? Hoje não estou bem, alguma coisa me diz que está tudo errado e esse tudo está tão relativo.

Nosso coração falha quantas vezes durante nossa vida? Quantas vezes mais me sentirei acanhada, insegura, com medo do mundo? Quantas vezes lágrimas rolarão por nada, ou simplesmente por tudo que passa na minha cabeça de uma vez? Quantas vezes o relógio não vai parar porque eu não consigo andar? Qual é o preço da felicidade e onde posso comprá-la? Aliás, pergunta errada... quando realmente encontramos a felicidade? Quando decidimos entre o certo e o errado? O que é certo e errado? Quando nos tornamos pessoas frias e egoístas? Quando mundo deixou de ser mundo? Quando o príncipe encantado virou sapo e depois voltou a ser príncipe? Quando seus amigos caminharam e você ficou pra trás? Quando seus amigos deixaram de te conhecer? Quando você enlouqueceu? Quando você olhou para a janela e se sentiu realmente agradecido pelo dia maravilhoso que começava? Quando você agradeceu por simplesmente estar vivo? Quando foi na missa e escutou a homilia do padre? Quando se importou com o que o mundo pensa? Quando teve vontade de tomar um pote de sorvete sozinho vendo filme de terror? Quando brincou com seu cachorro e se sentiu a pessoa mais importante do mundo porque ele só tinha olhos para você? Quando não reclamou da sua irmã mais nova? Quando foi que você deixou de ser você e começou a viver esse filme que você quer que todos assistam? Quando foi que você rolou na grama, ficou se coçando e não parou de rir? Quando foi que o Jornal Nacional ficou mais interessante do que o desenho do scooby doo? Quando foi que você jogou paciência e não roubou?
Eu queria entender o que aconteceu hoje, mas meu coração não me diz e por enquanto tudo está confuso... Saudade, muita saudade do que ficou pra trás...

Roda-viva
Chico Buarque
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo

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