quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quanto tempo as pessoas demoram pra perceber que a grande questão é a Consideração?

É uma pena mas não se trata de mais uma das maravilhosas fotos que tirei na cidade mais linda que conheço... E esse também não é mais um post para dar mil elogios ao Rio de Janeiro. Esse post é pra algumas pessoas que conseguem brincar com os sentimentos uma das outras.
Eu não sei o nome desse menino que faz do banco de cimento uma cama, eu não consigo pensar na minha grande imaginação porque a escolha dele teve que ser essa... porque é certo que se ele tivesse escolha estaria numa cama confortável, com uma família de verdade, com a vida que lhe cabe e não como mais um dos milhares moradores de rua desse país.
O intrigante é que o menino poderia estar acordado, pedindo uma ou outra moeda, mas ele seria notado apenas quando tentasse aprontar para de alguma forma conseguir o que comer. O fato é que passamos reto por esse menino e por todos os outros que visualmente nos incomodam, principalmente pela sua pobreza... não é bonito, não é ético passar reto, mas é o que mais fazemos e pior, é o que fazemos melhor... ignorar.
O princípio da ignorância começa nessa coisa simples, mas é daí que aprendemos a ignorar coisas melhores e piores que isso... Por exemplo, pessoas que falam verdades demais que nos magoam, pai e mãe quando estão certos, namorado quando está com ciúme, amiga quando nos avisa que o principe não é principe e por ai vai.
O problema é que esquecemos isso quando conhecemos as pessoas e criamos confiança, na verdade a relação de confiança vem embasada em como essa pessoa se apresenta pra você, cada um vende seu peixe, acho que dá pra entender o significado. Mas é assim que funciona, você conhece uma pessoa, conversa com essa pessoa, cria um laço de respeito, afinidade, confiança e consideração por esse ser humano, e essa pessoa maravilhosa corresponde às suas expectativas e na primeira oportunidade de se dar bem lhe oferece uma grande bofetada, unida a um bom golpe de amizade com desculpas vazias e infundadas, foge porque sabe que errou e ignora porque é difícil demais assumir que é tão canalha quanto os que sacanearam ele mesmo e ainda se assusta com o próprio grau de crueldade.
Após a tormenta, você, ser humano tranquilo e que sempre acredita e confia nas pessoas, passa um bom tempo se esquivando de amizades, amores, se torna uma pessoa cética até que alguém finalmente quebre essa barreira. Essa é sua proteção, trancafiar-se num mundo inexistente de amor e ódio, de lágrimas solitárias e onde só um bom filme da Audrey Hepburn com alguns doces são capazes de curar as feridas abertas que um fulaninho qualquer decidiu jogar sal pra ver o que acontecia, se jorrava sangue ou já estava cicatrizado.
Felizmente ou não, algumas feridas não cicatrizam, algumas lágrimas não param de escorrer e nós que fazemos parte desse mundo de românticos apaixonados temos que aprender a conviver com algumas lágrimas a mais que as outras pessoas não possuem.
Essencialmente tristes, solitários, porque é assim que nos protegemos das pessoas que nos fazem mal, apaixonados pela vida, mesmo depois de tudo de ruim que aconteceu e sempre esperançosos de que o amor nos salvará... porque só o amor salva, só amor nos dá chance de nos salvarmos de nós mesmos, só o amor nos dá a força necessária pra acreditar que vale a pena acordar no outro dia, caso contrário nos mataríamos na primeira tentativa de sermos escutados, amados, desejados e respeitados.
Eu só cansei de me preocupar com o que os outros pensam... poxa, já foi frustrante o suficiente perceber que o que eu penso não importa, já é demais ter que aceitar que tudo que sempre acreditei simplesmente não é assim.... que tal você ter um pouco mais de consideração e deixar que cada um siga da melhor maneira possível, por mais que essa não seja a maneira certa pra você. Para pessoas como eu e meu grupo de sonhadores apaixonados, a consideração e o respeito é o mínimo que mantemos um pelo o outro, por mais que estejamos nadando em raiva e ódio... por isso não gostamos de falar, aliás, por isso não falamos... Nosso silêncio é nosso melhor amigo e nosso amor próprio a nossa proteção pro pior.
Todos tiveram chances de provar que poderia ser diferente, felizmente, existe o livre arbítrio e aprenda, nem todas as palavras precisavam machucar tanto, mas você poderia ter feito diferente.

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Agora..... amigo Rádio.... o texto abaixo não é meu, mas precisa ser publicado.

"Eu trabalho com rádios. A maioria de vocês só ouve rádios em casa ou no carro. Se você for um taxista, vai ter batido muitas vezes em um deles, porque ele sempre corta as melhores chamadas, e tem um os dois botões faltando.

Para a maioria de vocês, um rádio é algo que você liga para ouvir, ou falar. E só. Mas se você pensar bem, eles são janelas para o universo.

Como eu cheguei a essa conclusão? Cada vez que eu passava debaixo do umbral da porta da minha sala, qualquer rádio que eu estivesse carregando chiava. Sempre. Foi assim que eu descobri a fiação que passava por dentro da parede, em cima da porta. Fios elétricos geram um campo magnético que interfere nos sinais.

Ligue um rádio e coloque numa frequência de estática. Você sabe o que é essa estática? É a sua lâmpada acesa me casa, o microondas da vizinha, os cabos de energia na rua, os sinais da tv por assinatura e as turbinas dos aviões sobre a sua cabeça. É o vento solar se debatendo contra a alta atmosfera, a agonia dos últimos momentos de uma estrela no espaço, ou o som agourento do plasma girando em torno de um buraco negro.

Ah, sim, claro. Estou exagerando. Não preciso ir tão longe.

Pense na corrente elétrica que passa pela antena e gera uma onda eletromagnética. Essa onda viaja por longas distâncias, até encontrar uma outra antena e gerar uma nova corrente. A onda chegará também ao espaço, e se unirá a todo o zunido eletromagnético que nós lançamos para o cosmos, uma verdadeira bolha se barulho que se expande à velocidade da luz em todas as direções.

Eu penso no rádio como um grito no escuro. Você grita, na esperança de alguém ouvi-lo. Se alguém o ouve, grita de volta. E é assim, entre gritos de pessoas por vezes a centenas de quilômetros de distância que as coisas se acertam.

Ou se você não tiver a disposição para gritar, você pode apenas ouvir os gritos de estranhos.

"O que diferencia isso da internet?". Não sei. Talvez porque os rádios estejam sujeitos a uma gama muito grande de interferências, tudo isso fique parecendo uma grande aventura. Uma grande dose de incerteza cerca cada onda que você emite... será que ela vai chegar do outro lado? Será que o receptor está ligado? Como ele estará me recebendo?

Acredite, cada onda de rádio que chega ao seu destino é uma vencedora. Ela passou por interferências solares, se chocou com outros sinais e escapou por um triz de ser apanhada por aquele maldito duto ionosférico. Tudo isso existe, e está lá pronto para destruir a esperança que o seu sinal carrega.

Pra mim, rádios estão ligados a noites estreladas. Eles sempre me passaram uma triste idéia de luta... luta contra a solidão. Não sei explicar o por quê. 

Tampouco sei porque estou escrevendo isso." 

Sabe qual o nosso problema? 
Agente só não descobriu ainda porque estamos aqui....

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